Segundo Pensamento
02/01/2012 às 17:55 | Publicado em Baú de livros, Canto da poesia | Deixe um comentárioTags: Literatura, poesia
Este livro, lançado em Fortaleza/CE recentemente, traz uma poesia de um amigo-irmão, o João Bosco Martins, que já lançou outras obras e já esteve presente aqui neste ZEducando antes (vide Escola do Silêncio – aprofundando a paz interior !). A poesia abaixo encontra-se na página 224 do livro em apreço.
Animal Falante
É homem feito animal,
Vejo-o com respeito,
Humano marginal,
Reflito com um nó no peito,
Segue adiante:
Animal falante!
É espécie humana,
Empurra sua carroça,
Criatura pobre, sem grana,
Olhe para essa gente, ouça,
Segue adiante:
Animal falante!
É coletor de lixo reciclável,
Enche o carrinho com papelão,
Vítima de um desemprego execrável,
Triste situação,
Segue adiante:
Animal falante!
É andante da cidade,
Trilha a avenida movimentada,
Pessoa de toda idade,
Olho-o pela manhã, até madrugada,
Segue adiante:
Animal falante!
É povo animalesco,
Sobe e desce a rua,
Habitante que paga um preço,
Vivencia uma realidade crua,
Segue adiante:
Animal falante!
É pessoal de fibra,
Tem o sol forte no rosto,
Individuo de briga,
Luta com desgosto,
Segue adiante:
Animal falante!
É trabalhador necessitado,
Corre atrás do pão de cada dia,
Personalidade que não foge do fardo,
Labuta com energia,
Segue adiante:
Animal falante!
É homem cansado,
Dorme no chão,
Sofredor rejeitado,
Vê a lua dentro da solidão,
Segue adiante:
Animal falante!
É mulher sem cidadania,
Filho dorme ao relento,
Sonha com a moradia,
Carece de sustento,
Segue adiante:
Animal falante!
É menino maltratado,
Procura a salvação,
Sujeito despersonalizado,
Fruto da omissão,
Segue adiante:
Animal falante!
É país desigual,
Sem paz social,
Rico com muito,
Pobre com pouco,
Poucos com muito,
Muitos com pouco,
Segue adiante!
Animal falante!
João Bosco Barbosa Martins
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