Maiakovski e Caetano Veloso: gente é pra brilhar

27/04/2024 às 2:04 | Publicado em Artigos e textos, Zuniversitas | Deixe um comentário
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Dois grandes. Confiram !


Maiakovski e Caetano Veloso: gente é pra brilhar

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O interesse pela literatura russa no Brasil, com base na tradução de obras de autores russos para o português, se deu de duas maneiras distintas ao longo do século 20. Primeiro veio a prosa, com a tradução de romances e contos de autores do século 19, como Tolstói, Gógol e Dostoiévski. A poesia veio mais tarde, em meados da década de 1960, em quantidade bem menor de traduções e, ao contrário da prosa, privilegiando a poesia moderna russa e, em particular, a obra do vanguardista Vladimir Maiakóvski (1893-1930).

A grande ironia é que Maiakóvski, que teve participação ativa desde o princípio da Revolução Russa de 1917, conquistou a intelectualidade brasileira justamente no período de maior repressão da ditadura militar. Os poetas e irmãos Augusto e Haroldo de Campos estavam entre seus maiores divulgadores, inclusive na tradução de diversos de seus poemas. Daí a espraiar sua influência na música popular brasileira foi um pulo. Era a época do Tropicalismo, capitaneado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, e acompanhado de perto pelos irmãos Campos.

A poesia de Maiakóvski está presente em várias canções da nossa MPB, mas quero destacar aqui a parte final de um poema de Maiakóvski, “A extraordinária aventura vivida por Vladimir Maiakóvski no verão na Datcha”, com tradução de Augusto de Campos, na qual dois momentos nos ligam diretamente a duas ou três músicas bastante conhecidas, duas de Caetano Veloso e uma de Roberto Carlos.

“Brilhar para sempre, brilhar como um farol, brilhar com brilho eterno gente é pra brilhar, que tudo mais vá pro inferno, este é o meu slogan e o do sol.”

Na vibrante música “Gente” de seu álbum “Bicho”, de 1977, Caetano Veloso exalta as pessoas e diz em uma de suas estrofes em que cita seus irmãos, seu filho e alguns músicos brasileiros:

“Rodrigo, Roberto, Caetano Moreno, Francisco, Gilberto, João… gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”.

Já o trecho “que tudo mais vá pro inferno”, segundo Augusto de Campos, ele pegou emprestada da música “Quero que vá tudo pro inferno”, 1965, de Roberto Carlos. Frase esta que também aparece na canção “Tropicália”, 1967, de Caetano.

Nesse torvelinho de empréstimos poéticos, eu só não sei o que Roberto Carlos pensa disso tudo! Caetano Veloso também musicou versos do poeta russo em sua “O Amor”, cantada por Gal Costa. Outros nomes da MPB beberam das poesias de Maiakóvski, como João Bosco, Jorge Mautner, a banda Inocentes, Alceu Valença e Flaviola. O caso mais interessante, li isso há algum tempo e agora não consigo mais achar, é de um disco inteiro dedicado a Maiakóvski, com poesias musicadas e cantadas por artistas brasileiros, que não chegou a ser lançado, ao que parece, por questões de direitos autorais.

(PAULO FERNANDES)

FONTE: https://www.revistabula.com/76058-maiakovski-e-caetano-veloso-gente-e-pra-brilhar/

“A eleição do Bolsonaro foi pedagógica para o Brasil”, Wagner Moura no RODA VIVA

24/04/2024 às 2:50 | Publicado em Midiateca, Zuniversitas | Deixe um comentário
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Didático !


Harvard apresenta bateria que dura para sempre

23/04/2024 às 2:13 | Publicado em Artigos e textos, Zuniversitas | Deixe um comentário
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Um dos maiores gargalos hoje para automóveis elétricos e outros é justamente a bateria. Mas as pesquisas estão avançadas e continuam. Confiram !


Harvard apresenta bateria que dura para sempre

Capacidade material específica de 3.860 mAh/g e baixo potencial (redox) eletroquímico garantem 80% da capacidade, mesmo após 6.000 ciclos de recarga, à Adden Energy

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O leitor que nos acompanha conheceu, recentemente, a nova bateria nuclear (BV100) da chinesa Betavolt, que fornece dez vezes mais energia e alcança 50 anos de duração, sem necessidade de recarga nem manutenção. Bom, nesta semana foi a vez de os norte-americanos darem o troco e a equipe liderada pelo professor Xin Li, da Faculdade de Engenharia de Ciências Aplicadas da Universidade de Harvard, anunciou o desenvolvimento de uma bateria em estado sólido (para a Adden Energy) que leva apenas 10 minutos para recarga completa e, o melhor, dura para sempre.

“Nossos testes avançam na direção de um conjunto muito mais prático, tanto para aplicações industriais quanto para uso comercial, que mantém 80% da sua capacidade, mesmo após 6.000 ciclos de recarga, superando todos os acumuladores disponíveis, atualmente”, garante Li. “Este tipo de pacote apresenta inúmeras vantagens, já que possui capacidade material específica de 3.860 mAh/g e baixo potencial (redox) eletroquímico – que é a espontaneidade, a tendência à diminuição algébrica da carga formal ou de oxidação”, acrescentou.

É fato que há um enfoque na autonomia e no tempo de recarga das baterias dos EVs, mas pouco se fala sobre a vida útil desse tipo de conjunto. Para o leitor ter uma ideia, em média, os modelos convencionais suportam entre 1.000 e 1.500 ciclos de carregamento e, para garantir uma operação próxima do ideal (de quando a bateria era nova), devem manter uma capacidade de retenção de carga acima de 70%.

Portanto, levando em consideração o fator tipológico que os compõem e uma autonomia média ainda que de 300 quilômetros, entre cada recarga, dá para estimar uma vida útil entre 300 mil e 450 mil km. No mesmo sentido, até agora não se tem notícia de tempos de carregamento inferiores a 30 minutos e, isso, para a recarga parcial que preencha até 80% e, no máximo, 85% da capacidade.

Ion de sódio

Como se vê, a solução desenvolvida para a Adden Energy promete uma verdadeira revolução, mas, contrariamente às expectativas, pelo menos em curto prazo não veremos tecnologias com melhor desempenho do que o íon de lítio (NMC), principalmente em relação à densidade, ou seja, à capacidade de acumular energia.

Dimensões e massa dos conjuntos serão reduzidos tanto quanto possível, mas os avanços serão invisíveis aos olhos e devem se concentrar na redução de custos e no controle sustentável da cadeia produtiva, com uso de minerais e combinações alternativas, como o fosfato de lítio-ferro (LFP) que dispensa o caríssimo níquel, bem como o polêmico Cobalto, extraído em minas onde a condição dos trabalhadores vem sendo denunciada.

“Nossa aposta são as baterias de íon de sódio, uma tecnologia que desenvolvemos e que pode reduzir a dependência de matérias-primas escassas, estabelecendo uma base para a próxima geração de EVs”, afirma o presidente-executivo (CEO) da sueca Northvolt, Peter Carlsson.

“São células com densidade de energia de mais de 160 kWh por quilograma, produzidas sem uso de lítio, níquel, cobalto ou grafite. Nossa proposta garante o desempenho necessário para armazenamento de energia com maior duração do que a química regular das baterias e, o que é o melhor, a um custo inferior”, assegura Carlsson. Em 2023, as gigantes chinesas CATL e BYD já haviam anunciado suas baterias de íon de sódio, mas quem estreou a novidade foi o JAC Yiwei – no caso da JAC, os conjuntos são fornecidos por outra empresa, a HiNa Battery.

Alternativamente à nova tecnologia desenvolvida em Harvard, a nova bateria da Northvolt conta com um ânodo de carbono duro e um cátodo com pó branco prussiano e alto teor de sódio, mais econômicos e sustentáveis do que o níquel, o manganês, o cobalto ou mesmo o fosfato de ferro. Mais segura em altas temperaturas, a Northvolt considera sua solução especialmente atraente para o armazenamento de energia em mercados como a Índia, o Médio Oriente e a África.

A expectativa é tão otimista que a companhia, único grande fabricante europeu de baterias, está ampliando sua capacidade instalada, na Suécia, enquanto estuda a construção de duas outras fábricas, uma na Alemanha e outra no Canadá. O impulso é financiado por um aporte de US$ 9 bilhões (o equivalente a R$ 45 bilhões) e por pedidos de BMW, Volkswagen e Volvo/Polestar que totalizam US$ 55 bilhões (R$ 274,7 bilhões).

(Homero Gottardello)

FONTE: https://www.mobiauto.com.br/revista/harvard-apresenta-bateria-que-dura-para-sempre/4333

Clóvis de Barros e o Marxismo

19/04/2024 às 2:19 | Publicado em Midiateca, Zuniversitas | Deixe um comentário
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Uma boa mini-aula do Professor Clóvis de Barros ( https://www.instagram.com/clovisdebarros/) ensinando, ao seu modo, o que é o marxismo (sem nem citar a palavra mais-valia).


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